Resumo
No início dos anos de 1960, ao terminar o primeiro volume de sua Estética, Lukács decidiu redigir uma Ética. Era preciso, para conferir um fundamento materialista à ética, delimitar os fundamentos ontológicos do processo histórico de sua gênese e desenvolvimento a partir do trabalho – o que o levou a investigar os fundamentos da reprodução social. Essa investigação resultou no manuscrito intitulado Para uma ontologia do ser social, o qual foi debatido com seus discípulos em Budapeste. Desse debate, pouco sabemos – e a sua avaliação mais consistente é a apresentação de Nicolas Tertulian à edição italiana dos Prolegômenos (publicado como posfácio da edição brasileira dos Prolegômenos e, pela primeira vez em língua portuguesa, na Crítica Marxista n.3). Após esse debate, Lukács redigiu uma introdução, um prolegômeno, ao manuscrito já redigido. É este Prolegômenos a uma ontologia do ser social o texto publicado pela Editora Boitempo. Tal como a Ontologia, também esta obra ficou inacabada, sendo de mais difícil compreensão do que o texto que pretende introduzir. Por isso, talvez houvesse sido mais interessante iniciar a publicação do conjunto da ontologia lukácsiana pela Ontologia do ser social – mas isso, no longo prazo, não deverá ter grande importância.
Referências
LESSA, Sergio. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 18, n. 32, p. 175–177, 2011. https://doi.org/10.53000/cma.v18i32.19364
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