Resumo
A tela sobre o Juramento do Jeu de Paume é uma não pintura e uma forma-síntese da modernidade. Encomendada pela Assembleia (1790) ao pintor David, a tela celebraria o ato no qual os deputados do Terceiro Estado insurgiram-se contra uma decisão do rei e decidiram redigir uma Constituição. O projeto, porém, não se realizou, apesar de sua importância – “grande e sublime” –, e da inventividade do pintor, que logrou formular o ineditismo do tema de modo inovador, como mostrou o desenho apresentado no Salão de 1791. Seu fundamento político se esfacelara e o quadro perdera sua razão de ser, conforme anunciou David em setembro de 1792. Isso liquida a questão? Não. A não pintura, como negativo do desenho, é hoje inseparável deste. Duas faces de uma mesma moeda, ambas contam de uma promessa desenhada e de sua negação – de uma modernidade desdobrada em seu outro.
Referências
MARTINS, Luiz Renato. O hemiciclo: imagem da forma-Nação. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 16, n. 29, p. 123–133, 2009. https://doi.org/10.53000/cma.v16i29.19402
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