Resumo
Este artigo recupera algumas dimensões do debate sobre revitalização sindical com o intuito de analisar o caso brasileiro. Examina os conceitos de sindicalismo de movimento social e sindicalismo radical para refletir sobre as características político-ideológicas
do sindicalismo nos governos petistas. Considera que as centrais majoritárias assumiram uma perspectiva de parceria social e moderação política que não condizem com a noção de revitalização. Por outro lado, a construção de um polo sindical radical também não é suficiente para revitalizar o sindicalismo, dado seu caráter amplamente minoritário e sua baixa inserção junto às bases.
Referências
ANDERSON, P. Problemas e limites do sindicato. Revista Oitenta, L&PM, v.3, 1980.
ANTUNES, R. A “engenharia da cooptação” e os sindicatos no Brasil recente. Jornal dos Economistas, Rio de Janeiro, n.268, nov. 2011.
ARAÚJO, A. M. C.; OLIVEIRA, R. V. de. El sindicalismo brasileño en la era de Lula: entre paradojas y nuevas perspectivas. Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, v.1, Buenos Aires, Fac. 8, 2011, p.83-112.
BOITO, A. A nova burguesia nacional no poder. In: BOITO, A.; GALVÃO, A. (orgs.). Política e classes sociais no Brasil dos anos 2000. São Paulo: Alameda/Fapesp, 2012.
BOITO, A.. A crise do sindicalismo. In: SANTANA, M. A.; RAMALHO, J. R. (orgs.). Além da fábrica: trabalhadores, sindicatos e a nova questão social. São Paulo: Boitempo, 2003, p.319-333.
BOITO, A.. O Sindicalismo de Estado no Brasil: uma análise crítica da estrutura sindical. São Paulo/Campinas, Hucitec/Unicamp, 1991.
BOITO, A..; MARCELINO, P. O sindicalismo deixou a crise para trás? Um novo ciclo de greves na década de 2000. Cadernos CRH, Salvador, v.23, n.59, 2010, p.323-338.
CONNOLLY, H.; DARLINGTON, R. Radical political unionism in France and Britain: a comparative study of SUD-Rail and the RMT. European Journal of Industrial Relations, v.18, n.3, 2012, p.235-250.
COUTINHO, C. N. A hegemonia da pequena política. In: OLIVEIRA, F. de et al. (orgs.). Hegemonia às avessas. São Paulo: Boitempo, 2010.
D’ALMEIDA, F.; MOURIAUX, R. Syndicats entre État et entreprises. Mots. Les langages du politique, n.36, 1993, p.6-17.
DAMESIN, R.; DENIS, J. M. Syndicalisme(s) SUD. Paris: Les cahiers de recherche du GIP-MIS, n.77, 2001, p.13-44.
DAMESIN, R.; DENIS, J. M. SUD trade unions: The new organisations trying to conquer the French trade union scene. Capital & Class, n.86, 2005, p.17-37.
DARLINGTON, R; UPCHURCH, Martin. A reappraisal of the rank-and-file versus bureaucracy debate. Capital & Class, n.106, 2012, p.77-95.
DENIS, J. M. The case of SUD-Rail: the limits of “radical political unionism”. European Journal of Industrial Relations, v.18, n.3, 2012, p.267-272.
DIAS, E. F. Sobre a leitura dos textos gramscianos: usos e abusos. Ideias, n.1, 1994.
DRUCK, G. Os sindicatos, os movimentos sociais e o governo Lula: cooptação e resistência. OSAL, Buenos Aires, n.19, jan.-abr., 2006.
DULCI, L. Participação e mudança social no governo Lula. In: SADER, Emir; GARCIA, M. A. (orgs.). Brasil: entre o passado e o futuro. Fundação Perseu Abramo/Boitempo, 2010.
FAIRBROTHER, P. Book review of G Gall (ed.) Union Organising: Campaigning for Trade Union Recognition. Capital & Class, n.87, 2005, p.257-263.
FAIRBROTHER, P. British Trade Unions Facing the Future, Capital & Class, n.71, 2000, p.47-78.
FANTASIA, R.; STEPAN-NORRIS, J. The Labor Movement in Motion. In: SNOW, David et al. (eds.). The Blackwell Companion to Social Movements. Londres: Blackwell, 2004, p.555-575.
FANTASIA, R.; VOSS, K. Des syndicates domestiqués. Repression patronal et résistence syndicale aux Etats-Unis. Paris: Liber, Raisons d’Agir, 2003.
GAGNON, M. J. Le syndicalisme: du mode d’appréhension à l’objet sociologique. Sociologie et societés, v.XXIII, n.2, 1991, p.79-95.
GALVÃO, A. A reconfiguração do movimento sindical nos governos Lula. In: BOITO, A.; GALVÃO, A. (orgs.). Política e classes sociais no Brasil dos anos 2000. São Paulo: Alameda, 2012, p.187-221.
GALVÃO, A. Marxismo e movimentos sociais. Crítica Marxista, n.32, 2011, p.107-126.
GALVÃO, A. O movimento sindical frente ao governo Lula: dilemas, desafios e paradoxos. Outubro, n.14, 2006, p.131-150.
GALVÃO, A.; TROPIA, P.; MARCELINO, P. A reorganização da esquerda sindical nos anos 2000: as bases sociais e o perfil político-ideológico de CTB, Intersindical e Conlutas. IIe Conférence Internationale Grèves et Conflits Sociaux, Dijon, 2013.
GORDON, A.; UPCHURCH, M. Railing against neoliberalism: Radical political unionism in SUD-Rail and RMT. European Journal of Industrial Relations, v.18, n.3, 2012, p.259-265.
HEERY, E.; ADLER, L. Organizing the Unorganized, In: FREGE, Carola; KELLY, John (eds.). Varieties of Unionism: Strategies for Union Revitalization in a Globalizing Economy. Oxford: Oxford University Press, 2004, p.45-69.
HYMAN, R. Industrial relations: a marxist introduction. London: The Macmillan Press, 1975.
HYMAN, R. The politics of workplace trade unionism: recent tendencies and some problems in theory. Capital & Class, n.8, 1979a, p.54-67.
HYMAN, R. La théorie des rélations industrielles: une analyse matérialiste. Sociologie du Travail, n.4, 1979b.
HYMAN, R.; GUMBRELL-MCCORMICK, R. Syndicats, politique et partis: une nouvelle configuration est-elle possible? La Revue de l’Ires n.65, 2, 2010, p.17-40.
KELLY, J. Union militancy and social partnership. In: ACKERS; SMITH (eds.). The new workplace and trade unionism. Routledge, 1996, p.77-109.
KELLY, J. Trade Unions and Socialist Politics. London: Verso Press, 1988.
LÊNIN, V. Que fazer? São Paulo: Hucitec, 1988 [1902].
LÚCIO, C. G. 11 “Questões e uma agenda sindical: Notas para refletir sobre os desafios para a ação sindical”. Mimeo, 2011.
MCILROY, J. Radical political unionism reassessed. European Journal of Industrial Relations, v.17, n.4, 2012, p.251-258.
MCILROY, J. Socialists and the Unions: a response to Gall’s comment. Capital & Class, n.75, 2001, p.207-214.
MCILROY, J. New Labour, New Unions, New Left. Capital & Class, n.71, 2000, p.11-45.
MOODY, K. Towards an international social mouvement unionism. New Left Review, n.225, 1988, p.52-72.
MOURIAUX, R. Syndicalisme et politique.Paris: Les Editions Ouvrières, 1985
MOURIAUX, R. Outils et questions de la “syndicatologie” à la fin du XXe siècle. Regards sur l’actualité, sep-out, 1998.
QUEIROZ, A. A. de. Desafios do movimento sindical no segundo Governo Lula. Disponível em: http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=550&id_coluna=9, 08 de janeiro 2007. Acesso em: 15 fev. 2007.
RICCI, R. Lulismo: da era dos movimentos sociais à ascensão da nova classe média brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 2010.
TROTSKY, L. Os sindicatos na época da decadência imperialista. In: Escritos sobre sindicato. São Paulo: Kairós, 1979 [1940], p.101-109.
TURNER, L.; HURD, R. W. Building social movement unionism: the transformation of the American labor movement. In: TURNER, L. et al. Rekindling the Movement. Labor’s Quest to Relevance in the Twenty-First Century. Ithaca: Cornell University Press, 2001, p.9-26.
UPCHURCH, M.; MATHERS, A. Neoliberal globalisation and trade unionism: Toward radical political unionism?. Critical Sociology, 38(2), 2011, p.265-280.
UPCHURCH, M.; TAYLOR, G.; MATHERS, A. The crisis of social democratic unionism. Labor Studies Journal 34(4), 2009, p.519-542.
VOSS, K. Dilemmes démocratiques: démocratie syndicale et renouveau syndical. Revue de l’IRES, n.65, 2010, p.87-107.
VOSS, K.; SHERMAN, R. Breaking the iron law of oligarchy: union revitalization in the American Labour Movement. American Journal of Sociology, v.106, 2000, p.303-349.
WATERMAN, P. Social Movement Unionism: A New Model for a New World order. Review, 16(3), 1993, p.245-278.
WATERMAN, P. The new social unionism: a new union model for a new world order. In: WATERMAN, P.; MUNCK, R. (eds.). Labour worldwide in the era of globalization: alternative union models in the new world order. London: Macmillan, 1999, p.247-264.
YATES, M.; GAPASIN, F. Labor Movements: Is There Hope? Monthly Review, 2005.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2014 Andréia Galvão