Resumo
Em uma obra de denúncia e debate, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Nildo Ouriques, apresenta ensaios críticos às ciências sociais no Brasil. O figurino francês é a metáfora por meio da qual Ouriques estabelece a crítica à escola de sociologia da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, essa escola de pensamento elaborou um modo de pensar essencialmente eurocêntrico, colonizado e academicista que, ao promover o desenraizamento teórico, fez que a academia brasileira evitasse o tema do nacionalismo, colocando-se de costas para a nação e, sobretudo, não reconhecendo importantes contribuições teóricas latino-americanas. De acordo com o autor, desde 1964 operou-se no Brasil um bloqueio aos programas de pesquisa que visassem estudar a superação do subdesenvolvimento e da dependência da América Latina por uma via revolucionária. Esse bloqueio expressou a derrota do nacionalismo radical e baniu do debate acadêmico importantes autores como Álvaro Vieira Pinto e Alberto Guerreiro Ramos, bem como aqueles que contribuíram para desenvolver a teoria marxista da dependência, em especial, Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e Vânia Bambirra.
Referências
NUNES, Leonardo Dias; SANTOS, Fábio Pádua dos. O colapso do figurino francês: crítica às ciências sociais no Brasil. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 22, n. 41, p. 179–182, 2015. https://doi.org/10.53000/cma.v22i41.19205
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