Os pesados edifícios da história
PDF

Palavras-chave

Historiografia
Ditaduras
Brasil
Argentina

Como Citar

DUARTE, Lucas; SENA JÚNIOR, Carlos Zacarias de. Os pesados edifícios da história: debates historiográficos sobre os anos 1960/70 no Brasil e na Argentina. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 26, n. 49, p. 29–51, 2019. DOI: 10.53000/cma.v26i49.19016. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/cma/article/view/19016. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

No presente trabalho buscaremos analisar em chave comparativa algumas tendências interpretativas difundidas atualmente nas historiografias do Brasil e da Argentina. Tratando de compreender seus pontos de contato, suas similitudes e o contexto no qual emergiram, destacaremos as transformações experimentadas pelo ambiente intelectual dos dois países sobretudo a partir de meados dos anos 1980, quando uma imensa ofensiva ideológica se conformou tendo o marxismo e as intepretações canônicas inspiradas no marxismo como alvo. Nesse cenário, ganham importância as reflexões sobre o fazer historiográfico com destaque para as iniciativas de caráter revisionistas, seu ineludível componente político e os vínculos entre memória e passado recente.

https://doi.org/10.53000/cma.v26i49.19016
PDF

Referências

ANDERSON, Perry. O fim da História. De Hegel a Fukuyama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992.

ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

BASUALDO, Victoria. Derivaciones posibles de la polémica iniciada por Oscar del Barco: reflexiones para una agenda de investigación. Políticas de la Memória, Buenos Aires,n.6/7, p.9-12, verano 2006/2007.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da História. In: Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 7.ed. São Paulo: Brasiliense, 2011, p.222-232.

BIANCHI, Álvaro. É possível escrever a história recente dos trotskismos brasileiros?, Perseu, São Paulo, ano 8, n.6, p.361-380, 2012.

BUBLITZ, Juliana. Entrevista com Daniel Aarão Reis sobre a ditadura: “Liderada por milicos, com participação civil”. 2014. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2014/03/entrevista-com-o-historiador-daniel-aarao-reis-sobrea-ditadura-liderada-por-milicos-com-participacao-civil-4460416.html#showNoticia=SWN2TDR5TygzODM1NTQ4Njc4Njg5Mzk4Nzg0Li9ANTIzMDk5ODgwOD

kyMzk2Nzc5MDxjKTc5MDgyNDMxMDIwNjQ3MDU1MzYzTn4+PVxoeEM8SC8oL3IzWyk=.

BUFANO, Sergio. El final de una épica impura. Lucha armada en la Argentina, n.8, 2007, p.42-53.

CALVINO, Italo. Se um viajante numa noite de inverno. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

CAMPOS, Esteban Javier. Una crítica a la ideología de la memoria completa, a propósito de Juan Bautista Yofre y la narrativa histórica en Volver a matar. Conflicto social, Buenos Aires, año 2011, v.4, p.243-249.

CAMPOS, Esteban Javier. ¿Una lectura revisionista de la lucha armada? Las políticas de la memoria en los ensayos sobre la violencia política en Argentina. Universidad de Zulia, 2013, p.79-101.

CAMPOS, Esteban Javier. ¿Es posible una memoria completa? Acerca de olvidos y reacciones conservadoras en la narrativa histórica de los 60/70s (2006-2009). Afuera. Revista de estudios de crítica cultural, Buenos Aires, año 2009, v.IV, p.1-9.

COELHO, Eurelino. Dois golpes, duas ditaduras. História Revista (online), v.20, p.120- 141, 2015.

CONADEP. Nunca Más. Informe de la Comisión Nacional sobre la desaparición de las personas. Buenos Aires: Eudeba, 1984.

COURTOIS, Stephane et al. O livro negro do comunismo. Crimes, terror e repressão. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

DEL BARCO, Oscar. No Matarás. Carta de Oscar Del Barco. Revista La Intemperie, n.17, Córdoba, 2005.

FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. Democracia e reformas: alternativas democráticas à crise política. 1961-1964. São Paulo: Paz e Terra, 1993.

FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Revista Tempo & Argumento, Florianópolis, v.9, n.20, p.5-74, jan.-abr. 2017.

FONTANA, Josep. História: análise do passado e projeto social. Bauru-SP: EDUSC, 1998.

FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.

FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

FURET, François. O passado de uma ilusão: ensaios sobre a ideia comunista no século XX. São Paulo: Siciliano, 1995.

GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

HENSEL, Jana Zonenkinder. I figli della Germania scomparsa. Milão/Udine: Mimesis, 2009.

HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século XX. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

HOBSBAWM, Eric J. Ecos da Marselhesa: dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

HOBSBAWM, Eric J. Tempos interessantes: uma vida no século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

JOFFILY, Mariana; SCHALATTER, Sergio Luís. Entrevista com Daniel Aarão Reis Filho, Tempo e Argumento. Florianópolis, v.3, n.1, p.239-255, jan.-jun., 2011. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/3381/338130374004.pdf.

LEVI, Giovanni. Entrevista concedida à Revista de História em fevereiro de 2009. Disponível em <http://www.revistadehistoria.com.br/secao/entrevista/giovanni-levi>. Acesso em: 4 jun. 2016.

LOFF, Manuel. Estado, democracia e memória: políticas públicas da memória da ditadura portuguesa (1974-2004). In: LOFF, Manuel; PIEDADE, Felipe; SOUTELO, Luciana (Orgs.). Ditadura e revolução. Democracia e políticas de memória. Coimbra: Edições Almedina, 2015, p.23-143.

MATTOS, Marcelo Badaró. As bases teóricas do revisionismo. O culturalismo e a historiografia brasileira contemporânea. In: MELO, Demian Bezerra de. (org.). A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014, p.67-98.

MELO, Demian Bezerra de. O Golpe de 1964 e meio século de controvérsias: o estado atual da questão. In: MELO, Demian Bezerra (org.). A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014.

MURPHY, Kevin. Podemos escrever a história da Revolução Russa? Uma resposta tardia a Eric Hobsbawm. Outubro, Revista do Instituto de Estudos Socialistas, São Paulo, n.17, p.41-65, 2008.

PACHECHO, Diego Grossi. A questão democrática entre os paradigmas liberais e a proposta marxista. In: Anais do XVI Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: Saberes e Práticas Científicas. Rio de Janeiro, 2014.

PALTI, Elias José. La historiografía militante “ponderada” y su método. Prismas, n.16, 2012, p.221-230.

PARISÍ. Alberto. El habitus del respeto por la vida. La Intemperie, n.18, Córdoba, 2005.

POZZI, Pablo. Para continuar con la polémica sobre la lucha armada. Revista Lucha Armada en Argentina, Buenos Aires, n.5, 2006.

PRZEWORSKI, Adam. Prefácio. In: FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. Democracia e reformas: alternativas democráticas à crise politica (1961-1964). São Paulo: Paz e Terra, 1993.

QUADRAT, Samantha Viz; ROLLEMBERG, Denise. A construção social dos regimes autoritários: Legitimidade, consenso e consentimento no século XX, Brasil e América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

REIS FILHO, Daniel Aarão; SÁ, Jair Ferreira de (org.). Imagens da revolução. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1985.

REIS FILHO, Daniel Aarão; SÁ, Jair Ferreira de. Ditadura militar e revolução socialista no Brasil. Palestra realizada durante a VI Semana Acadêmica de História, América Latina: ditaduras militares e experiências socialistas. UNESC, out. 2006.

REIS FILHO, Daniel Aarão; SÁ, Jair Ferreira de. Ditadura e Democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro, Zahar, 2014.

ROLLEMBERG, Denise. Esquerdas revolucionárias e luta armada. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da ditadura – regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, v.4, p.43-91. Disponível em: http://www.historia.uff.br/ nec/sites/default/files/Esquerdas_Revolucionarias_e_Luta_Armada.pdf. Acesso em: 3 maio 2016.

ROUSSO, Henry. A última catástrofe. A história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016.

SENA JÚNIOR, Carlos Zacarias de; MELO, Demian Bezerra de; CALIL, Gilberto Grassi (org.). Contribuição à crítica da historiografia revisionista. Rio de Janeiro: Consequência, 2017.

TARCUS. Horacio. La devaluación logicista de la historia: última réplica a Elias Palti. Prismas, n.17, 2013, p. 245-253

THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

TOLEDO, Caio Navarro de. 1964: golpismo e democracia: as falácias do revisionismo.

Crítica Marxista, Campinas-SP, Revan, n.19, p.27-48, out. 2004.

TRAVERSO, Enzo. La historia como campo de batalla: interpretar las violencias del siglo XX. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2012.

TRAVERSO, Enzo. ¿Qué fué de los intelectuales? Buenos Aires: Siglo XXI, 2014.

VALLE, Maria Ribeiro do. 1964-2014: golpe militar, história, memória e direitos humanos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.

VEZZETTI, Hugo. Sobre la violencia revolucionaria: memorias y olvidos. Buenos Aires: Siglo XXI, 2009.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Lucas Duarte, Carlos Zacarias de Sena Júnior

Downloads

Não há dados estatísticos.