Resumo
Nos três ciclos brasileiros de modernização acelerada descritos por Luiz Renato Martins a partir do campo das artes visuais, o leitor tem diante de si um caminho cujas raízes práticas e conceituais seria interessante lembrar, ainda que brevemente. O autor embasa a pesquisa sobre o desenvolvimento histórico-social das artes no conceito de Formação, tal qual ressignificado pelo sociólogo e crítico literário, Antonio Candido. Como se sabe, tal noção (descritiva e normativa) foi produzida no contexto das aspirações coletivas de construção nacional, segundo o ideal de uma sociedade integrada (àquela altura correspondente à aparência das sociedades europeias). Sua consistência foi se fazendo, entre os anos 1930-1950, num conjunto de ensaios de Sérgio B. de Holanda, Caio Prado Jr. e de modo atrelado a um projeto desenvolvimentista para os países chamados de “subdesenvolvidos” por Celso Furtado. No campo do pensamento, Formação significava uma seriação das análises dos problemas brasileiros, de suas especificidades dentro da ordem mundial, uma acumulação crítica que tinha em vista a Formação do país, segundo padrões civis de sociabilidade e de modos de desenvolvimento econômico. Apenas para os autores mais radicais dessa tradição, como Caio Prado Jr, isso queria dizer socialismo.
Referências
PACHECO, Ana Paula. The Long Roots of Formalism in Brazil. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 27, n. 50, p. 297–300, 2020. https://doi.org/10.53000/cma.v27i50.19015
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