Resumo
Na tese VI “Sobre o conceito de história”, Walter Benjamin diz caber a cada época arrancar a tradição do conformismo ao qual ela se encontra na iminência de ser subjugada. Mal sabia o filósofo que, passados oitenta anos de sua morte, sua obra seria parte constitutiva da tradição do pensamento ocidental e, como toda a tradição, ela estaria em risco. Levando-se em conta certo esvaziamento da componente dialética, em alguns casos, e messiânica, em outros, não faltam exemplos de intérpretes alinhados a uma constelação teórica pós-moderna e antimaterialista que vêm subvertendo a obra de um dos principais críticos marxistas e transformando-a justamente naquilo que ele mais temia: um instrumento da classe dominante. Diante deste cenário, Michael Löwy parece tomar para si a tarefa do materialista histórico de livrar a tradição do conformismo, resgatando a potência revolucionária e crítica do filósofo alemão.
Referências
MALCHER, Beatriz Moreira da Gama. A Revolução é o freio de emergência: Ensaios sobre Walter Benjamin. Crítica Marxista, Campinas, SP, v. 28, n. 52, p. 187–189, 2021. https://doi.org/10.53000/cma.v28i52.18987
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