Resumo
A história é, segundo a teoria, história das lutas de classes. Entretanto, o conceito de classe está ligado ao surgimento do proletariado. Quando ainda era revolucionária, a burguesia chamava a si mesma de Terceiro Estado. Na extensão do conceito de classe ao passado longínquo, a teoria não denuncia apenas os burgueses, cuja liberdade, com propriedade e formação, dá continuidade à tradição de velha injustiça. Ela se volta contra o próprio passado. A aparência de benevolência patriarcal que aquele assumiu desde o triunfo do implacável cálculo capitalista está destruída. A venerável unidade daquilo que veio a ser, o direito
natural da hierarquia na sociedade apresentada como organismo, já se mostra como unidade das partes interessadas. A hierarquia desde sempre foi organização compulsória para apropriação do trabalho alheio. O direito natural é injustiça histórica prescrita, o organismo estruturado é o sistema da cisão, e a imagem dos estamentos é a ideologia que, na forma do ganho digno, trabalho honesto e, por fim, da troca de equivalentes, melhor se prestou à burguesia instalada.
Referências
BURCKHARDT, J. Griechische Kulturgeschichte. Bd. 1. Stuttgart: Spemann, 1908.
HEGEL, G. W. F. Wissenschaft der Logik II. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2003.
TROELTSCH, E. Der Historismus und seine Probleme. Tübingen: Mohr Siebeck, 1922.
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