Resumo
O artigo argumenta que Nicos Poulantzas propôs uma correspondência teórica entre estágio do capitalismo, forma de Estado e hegemonia no bloco no poder que não precisa supor a existência de uma única fração hegemônica. Depois de sugerir uma releitura do conceito de hegemonia no bloco no poder que diverge da leitura de Décio Saes, o artigo propõe combinar o conceito de estágio do capitalismo ao conceito de modelo de capitalismo para evitar leituras teleológicas, e avança os conceitos de favorecimento conjuntural e condomínio hegemônico.
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