Resumo
É quase ao término do longo primeiro capítulo de seu O inconsciente Político: A Narrativa como Ato Socialmente Simbólico I que Fredric Jameson explicita a hipótese que dá nome ao livro: conceber a narrativa como prática coletiva na qual se codificam "-'soluções' imaginárias ou formais para contradições sociais insolúveis" (p. 72). A tese parece de inspiração antropológica; O Inconsciente Político:... retoma formulações de Levy Strauss; já mencionado no capítulo final do livro anterior (1971) de Jameson, Marxismo e Forma; Jameson endossa que "o texto visual da arte facial dos Cadivéu constitui um ato simbólico, por meio do qual as reais contradições sociais, insuperáveis em si mesmas, encontram uma resolução puramente formal no reino da Estética" (p. 72). A partir daí, Jameson considera que "a ideologia não é algo que informa ou envolve a produção simbólica; em vez disso, o Fredric Jameson O Inconsciente Político, São Paulo, Ática, 1992, 305 pp. ato estético é em si mesmo ideológico" (p. 72), premissa da conclusão segundo a qual "a produção da forma estética ou narrativa deve ser vista como um ato ideológico em si próprio" (p. 72) de forma que "todos os artefatos culturais devem ser lidos como resoluções simbólicas das verdadeiras contradições políticas e sociais" (p. 73).
Referências
LAJOLO, Marisa. Resenha de: JAMESON, Fredric. O inconsciente político. São Paulo: Ática, 1992, 305 p. Crítica Marxista, São Paulo, Brasiliense, v.1, n.1, 1994, p. 122-131.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 1994 Marisa Lajolo