Resumo
A pesquisa trata das relações das comerciantes africanas da Costa da Mina com as múltiplas formas de uso da palavra escrita nos arraiais auríferos de Mariana, Minas Gerais, na primeira metade do século XVIII. O grupo de mulheres investigado, são denominadas Minas, por se tratar de mulheres forras e escravizadas, que vieram da costa da Mina, na África Ocidental. Essas donas, se destacaram no comércio acumulando, em alguns casos, riqueza, através das vendas de tabuleiros no abastecimento das cidades. Com isso, as relações sociais delas foram marcadas por ambiguidades em que foi necessário lidar com o poder assimétrico da sociedade escravista, com as clivagens sociais, o controle social e - quando forras - com a liberdade precária. Dentro desse contexto, a pesquisa tem o objetivo de encontrar o protagonismo e agência das mulheres mina, através da cultura escrita, documentação oficial da colônia, e as redes sociais que elas teciam, a dimensão social que permeou o cotidiano dessas mulheres, que apesar de analfabetas, encontram um lugar de protagonismo na história por meio dos testamentos, cartas de alforria, almotaçarias, livros de notas, etc.
Referências
SCOTT, Rebecca J. Provas de liberdade: uma odisseia atlântica na era da emancipação. Coautoria de Jean M. Hébrard. Tradução de Vera Joscelyne. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014. 292 p., il. ISBN 9788526810693 (broch.).
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