Resumo
As complicações cirúrgicas urológicas são relativamente infrequentes nos transplantes renais. Neste âmbito pode-se destacar o refluxo vesico-ureteral (RVU), caracterizado por um fluxo anormal de urina, que ocorre no sentido da bexiga para o ureter ou pelve renal. A real incidência de refluxo vesico-ureteral em transplantados renais é incerta, com estudos chegando a valores bastante distintos (de 1 até 86%). Está documentado na literatura que o refluxo pode estar relacionado ao aumento da ocorrência de infecções do trato urinário. Porém, não se tem um consenso sobre o fato da existência de refluxo em pacientes transplantados causar prejuízos à função renal a longo prazo, além de que parece não haver diferença na incidência do mesmo de acordo com a técnica de reimplante ureteral utilizada. A uretrocistografia é o principal método para avaliação do mesmo e não é realizada de forma rotineira, pois pode estar relacionada ao aumento de infecções do trato urinário. Como é o principal método de avaliação do refluxo vesico-ureteral, a sua não realização rotineira traduz-se na grande dificuldade de real conhecimento sobre incidência desta disfunção em rins enxertados. O intuito deste trabalho é realizar uma ampla busca na literatura disponível e compilar estudos que tragam dados acerca do tema, afim de determinar se a presença de refluxo pode trazer impactos negativos para o enxerto renal.
Referências
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Inoue T., Satoh S, Saito M. Correlations between pretransplant dialysis duration, bladder capacity, andprevalence of vesicoureteral reflux to the graft. Transplantation. 22011;92 (3):311–315.
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