Resumo
Esta pesquisa surge de inquietações discentes, cujo escopo é a relação professor-aluno, em uma instituição pública paulista. Trata-se de um estudo exploratório, com metodologia quali-quantitativa, e toma como referencial teórico as discussões do Grupo Modernidade/Colonialidade e estudos sobre inclusão. A existência de uma hegemonia epistêmica na sociedade moderna ratifica uma produção de ausência de sujeitos e saberes outros, por meio de uma desvalorização e ocultamento de grupos sociais e suas experiências, gerados historicamente, por meio da colonialidade do poder, saber e do ser. Suspeita-se que esta problemática se faz presente na relação Professor-Aluno. A coleta e construção de dados ocorreu por meio de formulário online, para estudantes de diferentes áreas de uma universidade pública paulista. Buscou-se identificar as principais tensões presentes nas relações professor-aluno e as percepções discentes destas relações, destacando-se sentimentos recorrentes. A sensação de exclusão e subalternidade foi comum entre os respondentes. Entretanto, obteve-se uma média alta na avaliação acerca da experiência geral para com os docentes, de modo a indicar a relevância dos professores na formação acadêmica. Uma análise parcial dos dados, articulados aos estudos sobre decolonialidade e inclusão apontam sentimentos de subalternização naturalizados nas experiências dos respondentes quando na presença de alguns professores.
Referências
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