Resumo
A fisiopatologia do aumento do risco trombótico nas anemias hemolíticas é complexa, e recentemente, o heme livre liberado durante a hemólise intravascular passou a figurar entre os potenciais mediadores do desequilíbrio hemostático nestes pacientes. No entanto há divergências no papel do heme , ora como ativador, ora como inibidor da hipercoagulabilidade, tornando relevante a compreensão de seus efeitos sobre elementos isolados e sobre parâmetros globais da hemostasia. Pouco se sabe sobre o efeito do heme sobre o sistema fibrinolítico, que exploramos neste projeto através de um ensaio funcional de fibrinólise: o tempo de lise do coágulo (TLC). Amostras de sangue total de 10 voluntários sadios foram incubadas com heme livre antes e após a separação do plasma. Após 2 horas de incubação, observamos uma redução do potencial fibrinolítico tanto no plasma quanto no sangue total das amostras incubadas com o heme em comparação às amostras incubadas com o veículo. Estes dados sugerem que o heme possa ter um papel inibitório sobre a fibrinólise, o que poderia contribuir para o risco trombótico de pacientes com anemias hemolíticas. Estudos utilizando outras metodologias de avaliação da fibrinólise, assim como dados in vivo são importantes para confirmação destes resultados.
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