Resumo
O objetivo deste texto é delinear as preferências visuais e de conduta que precedem os círculos letrados portugueses possivelmente conexos à construção do retrato de Dona Catarina de Áustria executada pelo pintor flamengo Anthonis Mor, em 1552, durante a sua estadia em Lisboa. Longe da mera identificação do modelo representado, ao examinarmos de que forma os códigos retórico-poéticos da retratística disseminados pelo ambiente de corte estão articulados aos princípios socioculturais e materiais do retrato designado, somemos uma camada de interpretação de uma forma mais alargada, dado o caráter icônico, simbólico e epistemológico que os retratos renascentistas apresentam.
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