Resumo
A coleção de arte de Marcelle Jaulent (1892-1990), vulgo Béatrix Reynal, teve papel central no seu salão literário no Rio de Janeiro (1935-1945), depois integrou em parte o acervo do MASP em São Paulo. A partir da relação intrínseca dos artefatos culturais entre si e com a trajetória da colecionadora, problematiza-se o princípio da “similaridade entre poesia e pintura” que marcou os usos sociais e políticos e a dimensão da memória dessa coleção, cujos processos de formação à dissolução são aqui pensados historicamente, inclusive na sua dimensão de um espaço de circulação e apreciação da “arte moderna”.
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